Para entender o ponto de equilíbrio, inicialmente precisamos
abordar o conceito de margem de contribuição.
Margem de Contribuição (MC) – corresponde ao montante
líquido gerado pela venda do produto para cobrir os custos fixos e é dada pela
fórmula:
MC = RBV – CV
Onde: MC = Margem de
Contribuição
RBV = Receita Bruta de Vendas
CV = Custos Variáveis
A margem de contribuição indica a eficiência produtiva da
empresa.
Quando MC < 0; a receita gerada não cobre nem os custos
variáveis.
Quando MC = 0; a receita gerada cobre somente os custos
variáveis e não há excedente para a cobertura de custos fixos e demais despesas.
Quando MC > 0;
a receita gerada cobre integralmente os custos variáveis e gera algum excedente
para a cobertura (parcial ou integral) de custos fixos e demais despesas.
Quando a MC cobre integralmente os custos variáveis, fixos e demais despesas,
dizemos que a empresa atingiu o seu Ponto de Equilíbrio Contábil.
Ponto de Equilíbrio Contábil (Break-Even Point) - é obtido
quando a empresa atinge determinado nível de vendas capaz de gerar uma margem
de contribuição que equalize todos os seus custos fixos e despesas.
PEC = MC – (CF +
Despesas) = 0 ou PEC = (RBV – CV) – (CF + Despesas) =
0
Onde: PEC = Ponto de
equilíbrio contábil
MC = Margem de contribuição
RBV = Receita Bruta de Vendas
CV = Custos Variáveis
CF =
Custos Fixos
Graficamente:
O Ponto de Equilíbrio contábil indica a eficiência
operacional da empresa.
Quando PEC < 0; a receita gerada não cobre os custos e
despesas (prejuízo).
Quando PEC = 0; a receita gerada cobre os custos e despesas
e não gera lucro ou prejuízo.
Quando PEC > 0; a receita gerada cobre
integralmente os custos e despesas e gera algum excedente (lucro).
Observe que quando o PEC =0 o resultado é “nulo” (não há
prejuízo ou lucro) e, portanto, não a empresa não atinge um resultado mínimo
exigido pelos seus investidores. Portanto, a partir de PEC >0, observamos
que há esta geração de valor (lucro). Assim, o PEC traduz o custo de
oportunidade, ou o retorno mínimo exigido (positivo, ainda que nulo). Nas
situações em que PEC < 0 o investidor poderá estar perdendo valor.
Para equacionar essa questão temos que analisar o Ponto de
Equilíbrio Econômico (PEE), que pode ser expressa pela equação:
PEE = PEC + Custo de
Oportunidade
O Custo de Oportunidade, segundo o professor Eliseu Martins
(2003), “representa o quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por
ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de em outra.”
Assim, quando adicionamos o custo de oportunidade à análise
do ponto de equilíbrio, estamos identificando qual é a receita capaz de
remunerar a atividade operacional (custos e despesas) e gerar riqueza para seus
investidores e acionistas. Assim:
Quando PEE < 0; a receita gerada não cobre os custos e
despesas e/ou não gera riqueza.
Quando PEE = 0; a receita gerada cobre os custos e despesas
e gera riqueza no mesmo valor do custo de oportunidade exigida pelo
acionista/investidor.
Quando PEE > 0; a receita
gerada cobre integralmente os custos, despesas e a expectativa de retorno
mínimo exigida pelo acionista/investidor.
Em uma terceira abordagem, o conceito de Ponto de Equilíbrio
Financeiro (PEF) é decorrente da análise de geração de caixa do negócio, pois
considera o “efeito caixa/financeiro” das receitas, custos e despesas
contabilizados (econômico), além da consideração de pagamentos e recebimentos
que não são contabilizados como custos e despesas.
PEF = Ingressos (-) Custos (-)
Despesas (+/-) Ingressos/Desembolsos
Operacionais Pagos Pagas Não Operacionais
Assim, o PEF evidencia qual é o ingresso (receita
“recebida”) necessário para a cobertura de todas as obrigações assumidas
(custos, despesas, juros, encargos, etc).
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